A virtualidade da interação consumidor e pesquisador revela forças bastante relevantes:
É preciso olhar as ferramentas digitais com cautela, porque elas apontam fragilidades importantes que devem ser consideradas, quando da escolha da metodologia da pesquisa, do público a ser consultado e das perguntas a serem respondidas pelo estudo.
Esta dificuldade é potencializada quando o consumidor está por conta própria em uma plataforma digital: com isso, perguntas de caráter mais filosófico ou metafórico geram afastamento e desestimulam a participação – muitos participantes desistem de participar ou simplesmente ignoram as perguntas.
No universo digital o consumidor ‘cola’ pra caramba! E registra opiniões que podem refletir um conhecimento passageiro de última hora.
Além disso, o mundo digital, por influência das redes sociais, está envolto por uma aura de aspiracionalidade, onde cada um se expressa e se mostra do jeito que quer ou que gostaria de ser visto.
Com isso, o risco de se maquiar uma realidade é muito maior do que em um encontro físico, onde não há tempo para sustentar disfarces ou planejar respostas.
Um terceiro fator que compromete a credibilidade dos outputs do meio digital reside no anonimato inerente do meio: em fóruns, blogs e chats o pesquisador não tem como ter certeza sobre quem está de fato interagindo com ele – o consumidor alvo? um amigo? um parente?.
Outra questão a se considerar é o uso do meio digital para discussão de temas delicados e polêmicos, como sexualidade na adolescência: fica a questão – até que ponto os jovens, ao participarem de suas casas, não sofrem a censura dos pais em suas colocações?
Com isso, existe uma restrição no recrutamento – menos pessoas são elegíveis para o projeto de pesquisa.
Por esta razão, é comum nos estudos que utilizam APP como ferramenta complementar de pesquisa, recorrer ao bom e velho e-mail para completar as tarefas dentro do limite dos prazos estabelecidos para o projeto.